quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Consciência Negra: Leituras essenciais

 


     Consciência negra pode significar, em suma, a percepção da pessoa negra em relação às suas origens, no entendimento das raízes culturais e históricas dos seus antepassados.

A consciência negra também representa a identificação da causa e luta dos ancestrais africanos que desembarcaram no Brasil e trouxeram consigo toda a cultura, costumes e tradições do seu povo. É ter em mente que a escravidão foi abolida, mas que ainda há muita coisa a ser mudada no que diz respeito aos direitos da pessoa negra.

O conceito também traduz o sentimento de pertencimento do negro, não como apenas um “apêndice” da sociedade dominada pela classe branca, mas como um ser de valor e que faz parte da formação identitária do Brasil.

A data foi escolhida em menção ao dia da morte de um dos maiores líderes anti escravagistas: Zumbi. O objetivo é trazer como reflexão a importância do povo e da cultura africana na construção do nosso país.

O preconceito ainda existe, e uma das formas de combatê-lo é discutindo e expondo as mazelas enraizadas no dia a dia da sociedade brasileira.

Último líder de um dos maiores quilombos do Brasil, o de Palmares, Zumbi enfrentou as investidas da Coroa portuguesa em defesa dos escravos que fugiam do trabalho desumano e das torturas vigentes nas fazendas da época.

Na época, Palmares era o maior quilombo do país, chegando a receber, em seu auge, cerca de 30 mil escravos fugitivos. A região onde estava localizado pertencia à capitania de Pernambuco, hoje atual cidade de União dos Palmares, município de Alagoas.

Prestes a se tornar uma lenda, no ano de 1965 da referida data, Zumbi é morto aos 40 anos por agentes do governo e partes do seu corpo foram expostas em praça pública, na cidade de Recife.

Para relembrar os feitos históricos e a luta pelos direitos da pessoa negra, em 9 de janeiro de 2003, foi incluído no calendário escolar atividades referentes ao Dia da Consciência Negra. Assim, tornou-se obrigatório o ensino sobre a história e cultura afro-brasileiras nas escolas, por meio de projetos e ações que tratem de temas, como: a luta dos negros no Brasil e seu papel na sociedade, cultura afro brasileira, identificação de etnias, discriminação, inserção do negro no mercado de trabalho e etc.

A Lei 12.519/2011 que institui oficialmente a data no calendário de comemorações foi sancionada apenas em 2011, tornando-se feriado em mil municípios.

Separamos aqui algumas leituras e autores essenciais para aprender mais sobre a cultura negra. Todos os livros estão disponíveis na aqui, na Biblioteca Virtual. Para ler o que mais te interessar, basta clicar na imagem! Vamos lá?

   

Angela Davis


Angela Davis é filósofa, professora emérita do departamento de estudos feministas da Universidade da Califórnia e ícone da luta pelos direitos civis. Integrou o Partido Comunista dos Estados Unidos, tendo sido candidata a vice-presidente da República em 1980 e 1984. Próxima ao grupo Panteras Negras, foi presa na década de 1970 e ficou mundialmente conhecida pela mobilização da campanha “Libertem Angela Davis”. Autora de vários livros, sua obra é marcada por um pensamento que visa romper com as assimetrias sociais.

Chimamanda Ngozi Adichie

Chimamanda Ngozi Adichie nasceu em 1977, na cidade de Enugu, Nigéria. A escritora é uma das vozes de maior destaque da cultura do país e da literatura contemporânea em língua inglesa. O sucesso de títulos da autora como Americanah (2014), Hibisco roxo (2011)e Notas sobre o luto (2021), vai muito além do feminismo: segundo o The Times Literary Supplement, o fenômeno que Chimamanda representa chamou atenção para toda uma geração de escritores africanos da atualidade.


Maya Angelou

Quando uma pessoa pode contar que, ao longo da vida, foi poetisa, atriz, cantora, bailarina, escritora, cozinheira, jornalista, condutora de bondes e até prostituta… só resta concluir que teve uma vida completa. Se a isso acrescentamos que escreveu sete autobiografias, teve uma indicação para o prêmio Pulitzer, três para o Grammy e mais de meia centena de títulos honoríficos, podemos fazer uma ideia de quem foi e o que representou Maya Angelou, mais conhecida como a doutora Angelou, apesar de nunca ter tido um título universitário, por sua influência na cultura afroamericana nas últimas décadas.


Toni Morrison

Toni Morrison, nascida Chloe Ardelia Wofford, foi uma escritora, editora e professora estadunidense. Seu livro de estreia, O olho mais azul, é um estudo sobre raça, gênero e beleza — temas recorrentes em seus últimos romances. Despertou a atenção da crítica internacional com Song of Solomon.


Djamila Ribeiro

Djamila Taís Ribeiro dos Santos é uma filósofa, feminista negra, escritora e acadêmica brasileira. É pesquisadora e mestra em Filosofia Política pela Universidade Federal de São Paulo. Tornou-se conhecida no país por seu ativismo na Internet, atualmente é colunista do jornal Folha de S. Paulo.


Machado de Assis

Machado de Assis é o maior escritor brasileiro de todos os tempos. Apesar de já ter morrido, não escrevo no passado, pois ele e sua obra continuam vivos. O autor é aclamado e celebrado em diversos países, e suas obras permanecem atuais, com suas críticas mordazes e irônicas, que conseguem exibir o que há de melhor, e, principalmente, de pior no ser humano.
Os clássicos costumam assustar. É comum ver adolescentes, e até adultos, torcendo o nariz para Machado. Mas é imprescindível conhecer sua obra, por isso, junto com o link do livro mais importante de sua carreira, Memórias Póstumas de Brás Cubas, você pode acessar também a página Literatura em Quadrinhos, onde você pode encontrar várias de suas obras com uma linguagem mais acessível e dinâmica: Literatura em Quadrinhos 

Carolina Maria de Jesus


Carolina Maria de Jesus foi uma escritora, compositora e poetisa brasileira, mais conhecida por seu livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, publicado em 1960. Carolina de Jesus foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil e é considerada uma das mais importantes escritoras do país.


Conceição Evaristo

Maria da Conceição Evaristo de Brito é uma linguista e escritora brasileira. Foi também pesquisadora-docente universitária. É uma das mais influentes literatas do movimento pós-modernista no Brasil, escrevendo nos gêneros da poesia, romance, conto e ensaio.




EXTRA:

Jefferson Costa & Rafael Calça


O escritor Maurício de Sousa lançou há alguns anos, o projeto MSP. Nele, Maurício convida diversos autores para escreverem suas próprias versões de histórias da turma mais amada do Brasil: a Turma da Mônica. Em Pele, escrita por Jefferson Costa e Rafael Calça, acompanhamos o personagem Jeremias e abordam de maneira extremamente sensível o racismo. A HQ, inclusive, ganhou o premio Jabuti em 2018!

Existe uma infinidade de escritores negros que deveriam ser mais celebrados e lidos em sala de aula e não só em Novembro, mas o ano todo. Que isso se torne um hábito cada vez mais presente na vida dos alunos e dos professores também! Esse é só um começo, espero que gostem!

Sem comentários:

Enviar um comentário